quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A vizinha de cima

Nothing People - Enemy With an Invitation
A campainha tocou. Todas as noites daquela semana ela pôs a lingerie vermelha e o robe de seda e esperou. Mas a campainha não tocou em nenhum dia daquela semana. Apenas no último dia daquela longa semana a campainha tocou. Não estava preparada. Não tinha tomado banho nem posto perfume. Foi aninhada que abriu a porta. Fez um gesto para ele entrar. Se faz favor, disse. Era um homem alto e firme. Entrou e sentou-se no sofá. Cruzou as pernas e bateu duas vezes com a mão no assento. Ela sentou-se ao lado dele. Quanto é para mim, perguntou ele com arrogância. Ela afastou-se e pôs-se na berma do sofá. Tirou um cigarro e acendeu-o. Foi com fumo a sair-lhe da boca que disse o preço. Era pouco, pensou ele. Depois agarrou-lhe no braço e dominou-a. Lambeu e mordeu-lhe o pescoço. Fê-la deitar-se com a cara para baixo. Passou a mão forte pelas suas costas parcialmente despidas. Depois colocou-se em cima dela, esmagando-a contra as almofadas. Foi rápido para ele. Não tão rápido para ela. Quando terminou, levantou-se rapidamente e subiu as calças. Tirou duas notas da carteira e atirou-as para cima da mesa. Saiu. Ela estava ainda no sofá, sentindo-se dolorosa e vulnerável. Olhou para as notas e fechou os olhos. Já acabou, pensou.

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